Comentários sobre o filme ASSÉDIO SEXUAL

Assisti ontem a noite (13/10/2009) ao filme ASSÉDIO SEXUAL, com Demi Moore e Michael Douglas. Interessante, gostoso de assistir e com vários temas importantes para a Administração.

O filme fala sobre a empresa da área de tecnologia DigiCom. Seu proprietário escolhe Meredith Johnson (Moore), uma renomada executiva, para assumir o principal cargo do departamento onde Tom Sanders (Michael) trabalha. Sanders recebe um convite de Meredith para uma reunião e é assediado sexualmente. A partir daí, a história vai ficando cada vez mais interessante.
Além da história se passar num ambiente corporativo, o filme aborda vários assuntos relevantes para a Administração:
O Assédio Sexual no ambiente organizacional: o filme explica que "assédio sexual não tem a ver com sexo, tem a ver com poder", ou seja, é quando um indivíduo que tem poder sobre o outro coage sexualmente o subordinado. Isso diferencia tal crime do estupro e de outros atos de violência sexual. Muitos podem pressupor que só pode ser praticado de um homem para uma mulher, entretanto o filme demonstra que uma mulher TAMBÉM pode praticá-lo.

Gestão de conflitos: a alta administração da DigiCom demonstra tudo o que NÃO DEVE ser feito para se evitar conflitos entre os membros da organização: tomou decisões críticas sem o menor envolvimento dos membros mudando chefias, o que causou medo de demissões, estrapolações negativas e pânico em todos; gerou um clima altamente hostil e de ameaça atribuindo excesso de poder a uma nova funcionária (que por coincidência é a vilã) que não fazia parte do universo da companhia; entre outras coisas.
A trama principal do filme também exemplifica um tipo de conflito estudado por vários autores da Teoria Estruturalista da Administração, o conflito entre a autoridade do especialista (conhecimento) e a autoridade administrativa (hierarquia). Meredith representa a autoridade administrativa, que não conhece a fundo importantes questões operacionais para tomada de decisões estratégicas, enquanto Tom Sanders, que não tem amplos poderes, conhece muito bem seu trabalho e o que é importante para fazê-lo bem, o que lhe permitiria tomar decisões mais acertadas. Os problemas decorrentes deste tipo de conflito são evidenciados no filme, bem como a solução mais adequada para seu gerenciamento, estudada pelos estruturalistas.
Minha nota? É um ótimo filme, mas dou a nota sete, pois as  picantes cenas de sexo, o linguajar chulo usado em alguns momentos pelos personagens e um certo tom machista que paira sobre o ar, me fazem questionar a possibilidade de aplicá-lo em sala de aula ou de indicá-lo para exemplificar gestão de conflitos.
Veja o trailer abaixo (desculpe, só achei em inglês):

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