Refletindo a Qualidade de Vida

Há alguns anos atrás recebi por e-mail um texto que nunca me esqueci, desses que tem uma reflexão interessante. O texto é de autoria desconhecida e era mais ou menos assim:
“Um grande empreendedor foi visitar um velho amigo que morava na roça. Lá, descobriu que no pomar localizado no pequeno lote de seu amigo havia um fruto saboroso e único, que não era conhecido e só encontrado lá... O empreendedor teve uma brilhante idéia:

- Vocês poderiam começar a cultivar a planta que origina tão saborosos frutos em maior quantidade para comercializá-los na cidade!
O humilde homem do campo respondeu-lhe:
- Tenho uma vida tranquila aqui em minha casinha, com minha esposa e filhos. Cuidamos do pomar que é nosso maior prazer e também nos garante a subsistência através da venda de frutas na feira aqui perto. Para que cultivar mais?
O empreendedor insistiu:
- Ora! É óbvio! Para conseguir mais dinheiro!
- Sim, mas... Para quê?
- Para assim poder aumentar sua produção!
- Mas para quê?
- Para poder comercializar as frutas na capital!
- Para quê?
- Para conseguir mais dinheiro e poder investir em doces, licores e outros alimentos feitos a partir do fruto!
- Para que?
- Para patentear os produtos e talvez até mesmo começar a vender em cadeias nacionais, e conseguir ainda mais dinheiro! Esse fruto aí tem potencial pra ser o novo açaí ou cupuaçu! Você se tornará um empreendedor de sucesso!
- Para que?
- Para exportar e vender para o mundo todo!
- Para que?
- Ora, para que... Para ficar milionário e ter o mundo em suas mãos!
- Para que?
- Para no futuro você garantir uma velhice tranquila e poder descansar em uma casinha no campo, com sua esposa e filhos, cuidando de um pomar, como gosta tanto de fazer.”
Linda mensagem, não? Porém incomum: são poucos os textos que insinuam que podemos ser felizes com “pouco” (pouco, muito e suficiente são conceitos relativos). Estou mais acostumado com textos como este:
“Equilibrar vida pessoal e profissional está fora de cogitação. O negócio é fazer mais do que seu empregador espera de você. (...) Primeiro temos de cumprir nossa obrigação para depois pensar em diversão (na verdade esse é um pensamento que roubamos de uma das músicas de Ringo Starr, ex-baterista dos Beatles). Para os formandos de hoje, como diz outro trecho da música, "as coisas não acontecem do jeito fácil".
Se você foi contratado há pouco e espera poder equilibrar a vida profissional com a vida pessoal, sugerimos insistentemente que você esqueça essa idéia - pelo menos até conseguir ganhar um bocado de crédito graças a um desempenho brilhante.
Neste admirável mundo novo, em que a taxa de desemprego nos Estados Unidos é de mais de 9%, a flexibilidade é um prêmio que se ganha, e não uma coisa que alguém se julga no direito de usufruir. (...)“ (Fonte: Como ter sucesso a partir de agora, Por Jack Welch, Revista Exame, n.947, 07/2009. Clique para ler a matéria completa.)”
Os textos demonstram dois extremos. Mas afinal, qual é o ideal?
Não existe ideal.
O segundo ponto de vista demonstra que o esforço em sempre buscar mais profissionalmente pode trazer ricas recompensas e sucesso profissional. Entretanto, esse tipo de atitude se não for bem conduzida, pode trazer transtornos emocionais, sociais, físicos e porque não dizer até mesmo espirituais para o indivíduo.
Por outro lado, o primeiro ponto de vista demonstra que é possível ser feliz se contentando com as coisas mais simples da vida... Aliás, muitos defendem que conseguir ser feliz tendo o mínimo necessário para sua subsistência é o segredo da felicidade. Entretanto, outros não se contentam com o mínimo, pois isso pode representar estagnação ou comodismo. Podem também não se adaptar a um estilo de vida mais simples, ou tem necessidades de crescimento profissional e intelectual que transcendem questões mais básicas como as necessidades fisiológicas e de segurança (lembra da Hierarquia das Necessidades de Maslow?) e que estão mais relacionadas a status e realização.
Posições extremas dificilmente são adequadas, não existe solução para uma pessoa que sirva para outra: cabe a cada um descobrir o seu ponto de equilíbrio.
Vale a pena esta reflexão: Qual é o seu meio termo?
Um interessante sucesso do cinema que tratou desta reflexão é O Diabo Veste Prada. Clique aqui para ler minha resenha sobre este fillme.

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